Empresário descobre Doença de Parkinson aos 25 anos: ‘Pensei que a minha vida tinha acabado e não realizaria o sonho de ser pai’

Nesta sexta-feira (11) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, que afeta os movimentos do corpo. Marlon Abreu Souza faz o trat...

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Empresário descobre Doença de Parkinson aos 25 anos: ‘Pensei que a minha vida tinha acabado e não realizaria o sonho de ser pai’ (Foto: Reprodução)

Nesta sexta-feira (11) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, que afeta os movimentos do corpo. Marlon Abreu Souza faz o tratamento medicamentoso para retardar a doença e afirma que apesar de ter lidado com questões emocionais no início, há vida após o diagnóstico. Marlon Abreu Souza mantém uma vida saúdavel após 10 anos do dignóstico da Doença de Parkinson Marlon Abreu Souza/Arquivo Pessoal Aos 25 anos, o empresário Marlon Abreu Souza foi diagnosticado com Parkinson — uma doença progressiva, mais comum em pessoas idosas. Os tremores começaram por volta dos 16 anos, mas ele conta que não deu muita atenção, pois nunca imaginou que pudesse se tratar de algo mais sério. Anos depois, os sintomas ficaram mais evidentes, com episódios de insônia, transpiração excessiva, perda do olfato e uma sensação de rigidez no corpo. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região Hoje, aos 35 anos, Marlon faz o tratamento medicamentoso para retardar a doença e afirma que apesar de ter lidado com questões emocionais no início, há vida após o diagnóstico. “Consegui ajustar o tratamento de forma eficaz e os sintomas estão bem controlados. Por isso, levo uma vida normal”. Nesta sexta-feira (11) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, considerada a segunda patologia degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central mais frequente no mundo, atrás somente do Alzheimer. A doença afeta os movimentos do corpo devido à redução na produção de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor. A incidência do Parkinson aumenta com a idade, ou seja, trata-se de uma condição mais frequente na população idosa. No entanto, embora sejam casos mais raros, a doença também atinge adultos jovens. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 10% e 15% dos pacientes diagnosticados tenham menos de 50 anos e cerca de 2% tenham menos de 40, como Marlon. Uma década de diagnóstico Quando começou a sentir os sintomas de maneira mais intensa, o empresário buscou um médico em Macaé (RJ), onde morava, mas precisou passar por quatro profissionais antes de ter o diagnóstico correto. Foi com o neurologista e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Thiago Cardoso Vale, e após uma série de exames clínicos e de imagem realizados, que veio a confirmação da doença de Parkinson de início precoce. “Eu fiquei com muito medo, inseguro. Pensei que a minha vida tinha acabado ali. Que eu não realizaria o sonho de ser pai”, disse Marlon. A partir do diagnóstico, o empresário iniciou o tratamento medicamentoso. Mas, além dos sintomas motores, teve que lidar com questões emocionais, como ansiedade, depressão, sentimentos de constrangimento em algumas situações e os efeitos colaterais das medicações. Apesar dos 10 anos desde o diagnóstico, a progressão da doença ocorreu lentamente no empresário. Ele também destacou que o histórico de práticas regulares de atividades físicas, especialmente a musculação, pode ter contribuído para manter a funcionalidade na rotina e retardar o avanço do Parkinson. Conforme o neurologista do HU-UFJF Thiago Cardoso, os pacientes de início precoce costumam ter evolução mais lenta da doença. "Eles são mais propensos a sofrer distonia (contrações musculares prolongadas) e discinesia (movimentos involuntários e descontrolados) como complicação do uso de levodopa (medicamento) em longo prazo", acrescenta. Vida continua após o diagnóstico Marlon com a família em Juiz de Fora Marlon Abreu Souza/Arquivo Pessoal Ele e a família se mudaram para Juiz de Fora em 2019, onde montou uma empresa voltada para o setor de engenharia mecânica. Em 2021, Marlon realizou o sonho de se tornar pai com o nascimento do filho Henri, que tem quatro anos. “A doença me trouxe aprendizados valiosos, especialmente sobre a importância de valorizar o tempo e a minha família, assim como as pessoas que, mesmo em meio a rotinas corridas, fazem questão de estar presentes, ainda que à distância. É claro que existem dias mais difíceis, mas aprendi a respeitar meus limites e tenho buscado, continuamente, o equilíbrio entre corpo e mente. Encaro o Parkinson como parte da minha história. Ele não me define, mas certamente me transformou em uma pessoa melhor em muitos aspectos da vida”. Além da atividade física, um dos passatempos que Marlon manteve nesses anos foi a 'banda de garagem' que formou com os amigos. Apesar de não ser um tratamento utilizado pelo empresário, a musicoterapia é uma técnica terapêutica que pode ajudar a melhorar os sintomas no caso da Doença de Parkinson. Marlo mantém tratamento, sem perder momentos importantes com a família Marlon Abreu Souza/Arquivo Pessoal Ambulatório de Distúrbios do Movimento do HU/UFJF O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF/Ebserh) tem um ambulatório de Distúrbios do Movimento há cerca de 15 anos. Segundo o médico Thiago Cardoso, o local acompanha 500 pacientes, sendo um terço deles pacientes com Doença de Parkinson. Para ter atendimento no ambulatório é necessário um encaminhamento via Unidade Básica de Saúde, ou através da Secretaria de Saúde, quando for de outro município. O paciente será encaminhado inicialmente ao Serviço de Neurologia para avaliação. *estagiária sob supervisão de Victória Jenz. 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